De repente, como se nada, me deparo com Bala Desejo. Posso estar um pouco atrasada no rolê? Posso. Mas antes ~um pouco~ tarde do que nunca. "Vendemos bala e compramos desejo". Vencedores do Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Pop em Português em 2022, Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra (alou Banda Dônica!) são os músicos cariocas que compõe o quarteto mais revolucionário dos últimos três anos.
Fato é que eles são regados à referências setentistas e tropicalistas. Não apenas por uma questão estética, mas sim pelas entranhas musicais, como conta Zé Ibarra em entrevista ao Portal Popline:
"O que se produziu em termos de música (harmonia, melodia, letra e arranjo) nos anos 70 nos agrada muito, e antes por esses parâmetros do que pela letra estilizada ou pelas roupas arrojadas, saca? É uma questão muito mais musical do que comportamental. Vivemos em 2022 e nosso álbum, nossas letras e o debate que tentamos abordar no disco é do agora, só nos utilizamos de uma linguagem que amamos e da qual fazemos parte, que é a MPB".
A primeira música que ouvi foi "Baile de Máscaras", a primogênita da banda. Em looping no meu Spotify, precisava não só ouvir, mas ver com meus olhos essa performance junto da estética em forma de transe musical. E achei um praticamente um show completo do Bala Desejo no Cultura Livre, apresentado por Roberta Martinelli.
Seriam eles os Novos Baianos/Doces Bárbaros/Os Mutantes/Tribalistas/Caetano/Gal/Gil e Rita dos Y2K? Com toda certeza. Gênios poéticos e transcendentais.
Enjoy:
Love,
G.
Comments