A maternidade é cheia dos "pode" e "não pode". Quando engravidei, criei uma lista mental de coisas que eu tinha certeza que faria com meu filho: educação positiva e afetiva, escola construtivista, contato frequente com a música, animais e natureza, brinquedos de madeira. Ao mesmo tempo, só consegui listar duas coisas que eu não faria de jeito nenhum com meu filho antes dele completar dois anos de vida: dar açúcar para ele comer e liberar telas/televisão. Falhei miseravelmente na segunda proposta.
A primeira vez que liguei a televisão para o Apollo assistir Peppa Pig foi quando eu e ele pegamos Covid-19. Eu estava acabada, sem forças para sair do sofá para ir ao banheiro. Afastei meu marido de qualquer contato físico com a gente. Não podia contar com a ajuda de ninguém, para não contaminarmos outras pessoas. Bem, não tive dúvidas: peguei o controle da televisão e coloquei no desenho. Foi mágico! Mas, meia hora depois, meu filho já não estava mais dando atenção para a tela gigante da nossa sala. Achei bom. E foi assim até ficarmos curados da doença...
Percebi que trinta minutos por dia era o suficiente para ele se entreter com algo extremamente lúdico enquanto eu poderia fazer outras tarefas pela casa - afinal, além do bebê, não tenho babá, tenho este blog, cinco cadelas, uma ajudante doméstica, um marido e necessidades humanas básicas para gerir todos os dias. Essa meia hora de televisão toda manhã me salva muito, vocês não têm noção. Quer dizer, só se você for mãe sem rede de apoio como eu.
Fora de casa, o único lugar onde eu deixo ele ver desenho é em restaurante e só depois dele ter comido. Assim, posso comer minha comida quase fria na velocidade oito do créu em paz. Com um ano e três meses, está muito difícil sair com ele para comer. Apollo quer andar pelo restaurante inteiro, xeretar tudo, sair do cadeirão. Não aguenta ficar sentado esperando os adultos - não o culpo, quando eu era criança também achava um porre essa espera toda. Como ainda não é seguro dar lápis de cor para ele brincar, vamos de tela. Apesar de que, ontem, comprei uma caixinha de crayon bem grossos e "seguros" para um bebê manusear, apesar de não ser indicado para menores de três anos. Já coloquei uma na bolsa, para ter em mãos na próxima ida ao restaurante.
No entanto, a pergunta que não quer calar é: normal ou sou uma mãe de merda por isso?
Love,
G.
Kommentare